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Não deixe que as alergias da primavera tomem conta de si
Muitas pessoas anseiam pela chegada da primavera. Ela traz-nos dias mais compridos, sol, flores, temperaturas amenas e (consequentemente) roupa mais leve e fresca. Contudo, é também sinónimo de alergias. Estas, causadas pelos pólenes e pós que andam no ar, fazem com que uma das estações mais bonitas do ano não possa ser bem aproveitada por quem sofre deste problema. Mas porque é que isto acontece?

As alergias ocorrem quando o organismo responde de forma exagerada ao ambiente que nos rodeia. São reações desproporcionais do sistema imunitário, consistindo em processos de defesa excessivos. Certas substâncias são reconhecidas como inimigas pelo organismo – que, na verdade, são consideradas banais no quotidiano. Como é o caso dos pólenes, cuja concentração na atmosfera é mais elevada durante a primavera. Como consequência, surgem muitas queixas, que se podem manifestar em qualquer idade, da infância à vida adulta.
No entanto, as alergias também se fazem sentir ao longo de todo o ano. Os pólenes e os pós circulam no ar o ano inteiro, só que em menor intensidade. Além disso, se não houver um tratamento correto, o sistema imunológico fica ainda mais sensível e, à mínima presença de substâncias que considere agressoras, exterioriza em qualquer altura do ano.
Os genes contam
Na origem das alergias, encontra-se uma base genética. Isto é, a hereditariedade pode ter alguma influência. Porém, o ambiente tem contribuído cada vez mais para o desenvolvimento de casos alérgicos. Nas cidades, a poluição atmosférica é maior, o que faz com que os pólenes se tornem mais agressivos, logo, mais prejudiciais para quem é alérgico.
A alergia aos pólenes – os principais responsáveis pelas alergias na primavera – pode manifestar-se de diversas formas. Asma, rinite, sinusite, conjuntivite, urticária e eczema são algumas delas. Portanto, os sintomas vão depender da doença alérgica em questão, mas grande parte deles são comuns a todas as alergias.
Podem ocorrer isoladamente ou em simultâneo, com maior ou menor intensidade:
- Corrimento nasal, obstrução nasal e/ou prurido nasal;
- Espirros;
- Tosse;
- Pieira;
- Olhos vermelhos, lacrimejo e prurido ocular;
- Sensação de falta de ar e/ou dificuldade em respirar;
- Pele muito seca, descamativa, com muito prurido e lesões avermelhadas.
Estes sintomas também se podem evidenciar em contacto com ácaros (muito presentes no pó da casa e em cortinados e tapetes, por exemplo) e em mudanças de temperatura.
Em caso de alergias que possam perturbar de forma contínua e persistente as suas atividades diárias (como trabalhar ou estudar), aconselhamos que procure um médico especialista que poderá ajudar a controlar os sintomas alérgicos, através de medicação.
Todavia, os primeiros passos para a prevenção devem partir do doente. Em seguida, apresentamos alguns cuidados e comportamentos que deve praticar para reduzir as alergias.
No interior de casa:
- Mantenha a casa limpa e aspirada, para evitar a acumulação de pó, que intensifica os sintomas das alergias – se necessário, utilize uma máscara para limpar. Aliás, o pó doméstico é a fonte mais significativa de alergénios domésticos, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).
- Evite alcatifas, carpetes, tapetes, cortinados, peluches e decoração excessiva (que também acumulam pó).
- Mantenha a casa adequadamente arejada, mas sem excessos. Abra as janelas apenas ao final do dia (quando há menos concentração de pólenes). Porém, na Primavera, sobretudo nos dias mais quentes, secos e ventosos, evite abrir as janelas.
- Utilize colchões e almofadas anti-ácaros.
- Prefira lençóis de algodão ou fibras naturais.
- Lave a roupa da cama a 60º C para eliminar os ácaros por completo.
- Aspire a casa mais frequentemente (pelo menos duas vezes por semana), com um aspirador com filtro de alta eficiência – o HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance).
- Evite as mudanças bruscas de temperatura.
- Controle a humidade relativa em valor inferior a 50% – através do ar condicionado (no entanto, certifique-se que os filtros são trocados regularmente) ou de um desumidificador.
- Quando chega a casa, mude de roupa e limpe bem os pés, pois pode trazer consigo pólenes e pós.
- Tome banho à noite, uma vez que vai eliminar o pó e o pólen e, assim, não passa para os lençóis da cama.
- Se tiver animais em casa, evite a sua presença no quarto.
- Se é fumador, saiba que o fumo do tabaco acentua os sintomas das alergias.
No exterior:
- Na mesma linha, evite zonas com fumadores.
- Quando viajar de carro, mantenha os vidros fechados.
- Se viajar de mota, escolha um capacete integral.
- Use óculos para proteger os olhos em dias ventosos.
- Planeie viagens em certas alturas do ano e para destinos mais livres de pólenes.
- Consulte o Boletim Polínico da sua região para saber qual o nível de concentração dos pólenes.