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Quer treinar, mas não tem força de vontade?

No decorrer da minha profissão, sou confrontado com vários desabafos e problemáticas. Uma delas é a eterna questão da motivação. Muitos são os alunos que me confessam que gostariam de ser mais ativos, mas não têm “força de vontade” para iniciar um processo de treino.
Provavelmente, a maioria deles não tem conhecimento de que a força de vontade não é a “porção” mínima de energia que necessitam para iniciar o processo de treino, mas antes uma razão para não o fazer. Não me interpretem mal: ninguém aqui está a acusar ninguém de nada. É um processo natural de preservação da integridade física.
Infelizmente, treinar provoca dor e não existe forma indolor de o fazer. Mas apenas o treino pode fazer a manutenção dos nossos tecidos musculares e consequente diminuição da gordura visceral e dos tecidos adiposos.

Da minha experiência, se continuarmos a aguardar a força de vontade para iniciar um processo de treino, poderemos estar 3, 4 ou 5 anos à espera. Falo da minha própria experiência, que aguardei 2 anos a pagar um ginásio premium, sem ir lá, a espera da força de vontade. E olhem que eu sei bem do que falo. Já sofri de obesidade mórbida e sei como foi difícil fazer o caminho que fiz. A propósito, podem ouvir a minha história em podcast, na conversa que tive com o Nuno Azinheira.
O meu conselho para todos aqueles que gostariam de ser mais ativos, e não têm força de vontade para iniciar, é darem o primeiro passo de imediato sem pensar muito no assunto, pois a ideia está presente na nossa mente, porém, pensar sobre o assunto significa arranjar contratempos, como, “ainda não é segunda-feira”, “hoje não me dá jeito” ou “hoje tenho marcação das unhas, não dá”. A verdade é que se alimentarem estas técnicas vão estar sempre a boicotar-se. É que, sejamos sinceros, nunca vai dar jeito, e como consequência, nunca vamos sair deste estado de “eu seria mais feliz se…”
Se estão a ler este artigo, levantem-se agora e façam 20 agachamentos (se não conseguirem, levantem-se e sentem-se 20 vezes). Tomem isto como o vosso primeiro treino, amanhã já será o segundo treino, e sem se aperceberem, já começaram e não necessitaram de “força de vontade”. Não esperem que as circunstâncias ideais cheguem. Iniciem primeiro, a força de vontade vem depois. Afinal, a nossa saúde depende diretamente da quantidade de exercício que fazemos.
